quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Desapego - Por que, às vezes, é tão dificil?


Deixar ir.
Entregar.
Fluir como as águas.

Dói? Muitas vezes sim.
É difícil pra você? Me dê a mão. 
Estamos juntos.

Só não percebemos que não deixar ir o que precisa ir pode ser uma fonte enorme de sofrimento. 

Abrir-se para o novo, para o desconhecido, nos dá medo. Isso é muito natural. 

As coisas andam tão rápido ultimamente que praticar o desapego tem sido uma habilidade muito requerida. 

Fechar ciclos que se encerraram pode ser muito libertador. Criar novas possibilidades. São sempre infinitas as possibilidades. 

Do que você não quer abrir mão hoje? Tá apegado a quê? Reflita como se sente em relação a isso. 
Depois de refletir, feche os olhos e visualize como seria sua vida ao deixar tal situação ir. Desapegar-se dela. 
Respire. 
Feche os olhos novamente visualizando a situação nova chegando.
Pergunte-se: - como eu me sinto? É mais leve ou mais pesado? É mais confortável ou desconfortável?

Assim, vá investigando a possibilidade de novos caminhos. 

Se quiser, compartilhe conosco. Deixe seu comentário.

Que venha um 2019 com muitas novas portas abertas para todos!

Abraços

Liliane Simplicio



terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O Xamanismo e o Sagrado Feminino



Inspirada por um belíssimo texto que li hoje do meu amigo Xamã Ká Ribas, eu comecei a refletir sobre a conexão entre o xamanismo e o sagrado feminino. Tudo que existe está interconectado. Basta observarmos.

A sabedoria indígena é milenar. São práticas existentes muito antes de nomearmos como xamanismo ou de nomearmos o sagrado feminino. Todos os povos indígenas, aborígenes, seja de qual tradição for, sempre tiveram em suas tribos a forte presença da energia e da prática do sagrado feminino. Começando pela conexão com Pachamama, a Mãe que gesta, que nos ensina, que nos acolhe, que é firme quando necessário e se precisar “passa a espada”.

Quando você estiver na natureza eu sugiro que pare tudo que estiver fazendo e observe esse mundo. Os animais, as formigas, as borboletas, as plantas, os pássaros. Fonte de inspiração de diversas práticas orientais e ocidentais. Fonte de aprendizado infinito. Pachamama é uma fonte infinita de lições maravilhosas como, por exemplo, vida em comunidade, organização, fluidez, respeito ao ciclo natural da vida.


Outro ponto essencial da energia do feminino era a reunião das mulheres, em suas tendas. Ali elas entregavam seu fluido sagrado à Pachamama. E sempre havia uma anciã, que nesses dias ia transmitindo seus ensinamentos a essas mulheres. Elas aprendiam a usar a medicina vinda da natureza. Elas compartilhavam suas histórias, suas experiências, suas vivencias, seus sonhos. Uma falava, as outras ouviam com total presença, acolhimento e respeito. Elas exercitavam a magia das ervas, a escuta da intuição. Elas vivenciavam o que hoje chamamos de SORORIDADE.

Imagem tirada da fanpage de Laura Wilson

As tribos usavam dos sons nos rituais de cura, nos rituais de celebração, nos ritos de passagem. Chocalhos e especialmente o tambor. O som da batida do coração. Seus cantos de cura, cantos de alegria, cantos de homenagem e honra aos que foram, cantos de tristeza, cantos de celebração. E tudo isso sempre em círculo, representação da unidade, onde não há ninguém maior ou menor. Onde todos são Um.

Atualmente, as rodas de mulheres estão crescendo ao redor de todo o mundo. É um movimento crescente. E toda essa sabedoria está sendo resgatada nesses círculos. Sabedoria que nos leva ao nosso lugar mais precioso: a caverna de dentro do nosso coração. Lugar que eu só posso penetrar sozinha, com meus próprios passos. É o lugar que nos leva de volta pra casa. Aonde nos reconectamos com toda essa sabedoria que existe em nosso DNA. Reaprendendo a sentir e a ouvir a intuição.

Acredito muito que esse é o caminho da cura da humanidade: o resgate do sagrado feminino, que esse povo ancestral tão lindamente cultivava, vivia e ensinava.

Sinto esperança que todas as pessoas se deem a oportunidade desse despertar.


Aho Mitakuye Oyasin – Somos todos Um/Somos todos parentes